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Thee
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Por alguns instantes pensei no que escrever. Não que isso seja fácil para mim, mas tantos pensamentos me consomem e querem se transformar em palavras numa velocidade maior que minha mão e a caneta podem suportar.
Infelizmente ambas tiveram que esperar alguns momentos até decidir qual pensamento escrever primeiro. Talvez alguns existam apenas para nos confundir, para fazer com que vejamos qual é o mais importante e merece a transfiguração do invisível ao visível, poético, reflexivo.
O papel, ancioso para enfim ser preenchido com verbos, vírgulas, sintaxes e poesia, já estava ficando indiferente quanto à caneta e meus pensamentos.
Não sabia qual controlar primeiro: minha mão inquieta e insegura esperando apenas um comando para começar suaves movimentos com a caneta. Esta, por sua vez, queria deslizar-se levemente pelo papel cheio de linhas brancas esperando para serem preenchidas por algo que precisava ser esvaziado.
Então resolvi seguir por passos, afinal, a dependência e sincronia de todos os elementos eram cruciais.
Pensei em diversas hipóteses. Qual ideia deveria ser a privilegiada?
Daí um medo, talvez insegurança, me consumiu de maneira que, todos, absolutamente todos meus pensamentos expiraram. Simplismente foram levados pelo vento da incerteza.
E agora? Minha cabeça, antes aterrorizada por tempestades de ideias, encontra-se na mais profunda paz e silêncio. Perturbador, eu confesso.
Talvez seguir passos pode retirar-nos do caminho. Talvez estes passos não sejam os corretos. Foi aí que percebi então que, a sutileza das palavras e a nobreza do papel em branco não mereciam ser estragados por meras palavras sem sentido e desconexas.
Aí estava a grande revelação: o não pensar em nada faz com que pensemos em tudo, tudo que realmente valha a pena ser escrito.
Como numa surpreendente ligação entre todas as partes, comecei a escrever este texto e percebi que passos tortos e embriagados pelo acaso sempre serão bem-vindos.
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