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Thee
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Nosso relógio, nossos ponteiros foram programados pelo nosso coração. Não tem mais volta. O que carregamos nele, pode mudar, mas sempre vai estar gravado pelo...tempo.
Olho para os ponteiros do meu relógio. Eles giram como se tivessem uma missão a cumprir: marcar e fazer passar o tempo. Sim, são suas responsabilidades, mas me preocupam de maneira assustadora, à medida que cada volta é completa e irretornável.
É como se um pedaço de mim fosse sendo desprendido a cada hora que transcorre na minha história. Preciso recompor ou tentar resgatar algum. Se é que tenha sobrado algum pelo caminho.
Tenho certeza que vocês também perderam alguma parte. E elas podem estar por aí, vagando pelo tempo, pelo espaço. Em outras vidas, outros parques, diferentes casas e sendo recolhidas por alguém que nem saiba a origem, mas lhe serviu. Seja por um longo ou curto prazo.
Será que nossas partes realmente nos pertencem? Ou elas se desprendem por não estarem devidamente coladas em nós? Vamos ser levados a um lugar onde possam ser costuradas. Assim nunca mais sairão. A não ser que seu desejo seja outro...
Talvez seja bom perdemos nossos pertences pelo caminho. Assim, a gente pode encontrar algo diferente para tentar criar uma coleção do que, um dia, foi nosso. Ou encontrar em jeito de minimizar a perda. Talvez essa perda seja boa. Mesmo que o tempo não volte, nossas lembranças sempre voltarão.
E, quando abrir os seus olhos, vai perceber que uma parte está faltando. Mas não se preocupe. Lembra daquele relógio que você guardou? Você está com ele agora, não está? Pois seus ponteiros estão costurando outro de você mesmo. É que são tão parecidos, que fica difícil reconhecer. O tempo é que trata de deformá-los. Se o controlássemos, seríamos iguais. Pra sempre.
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